Iniciando com Arduino? Veja alguns erros que você não pode cometer

Iniciando com Arduino? Veja alguns erros que você não pode cometer

O Arduino caiu no gosto da galera maker. Isso porque esta plataforma versátil permite o desenvolvimento de vários projetos nas mais diferentes áreas, entre outras características singulares das variadas versões. Trabalhar com esta plataforma embarcada é bem simples, além de ter muitos artigos disponíveis na internet para quem está iniciando seus projetos. Porém, alguns deslizes podem acontecer na hora da prototipagem e até mesmo na hora da programação. Por isso, vamos listar alguns erros para você ficar atento e tentar evita-los.

1. Energizar sua placa

Este erro é um dos mais comuns para que é iniciante com o Arduino. Como se sabe, o Arduino pode ser alimentado tanto pela porta USB quanto por uma fonte de alimentação externa através do conector jack P4.

Há três erros muito comuns quando o assunto é energizar o Arduino. O primeiro, é que muitos iniciantes não se atentam na capacidade de alimentação da placa. Se você for alimentar sua placa externamente, saiba que o Arduino suporta uma tensão de entrada na faixa de 6 a 12VDC (tensão contínua).

Você também pode alimentar seu Arduino através do pino VIN da placa, e isso nos leva ao segundo erro. Algumas pessoas costumam inverter as conexões aos pinos VIN e GND quando optam por este tipo de alimentação. Se isso acontecer, é certeza que sua placa irá fritar, portanto fique atento para não fazer a inversão das conexões de alimentação.

O terceiro erro tende a ocorrer quando se utiliza o pino VIN para fazer a alimentação de módulos, sensores e componentes eletrônicos. Você deve se lembrar que a tensão disponibilizada no pino VIN, sempre será igual a tensão de alimentação aplicada na placa. Por exemplo, se aplicar 12VDC através do conector jack, o pino VIN terá uma tensão próxima de 12VDC, se aplicar 9VDC através do conector jack, o pino VIN terá uma tensão próxima de 9VDC, e se alimentar a placa através do cabo USB conectado ao computador, o pino VIN terá uma tensão próxima de 5VDC. Lembre-se também de que a tensão máxima que pode ser conectada ao pino VIN é na faixa de 6 a 12VDC.

2. Grandezas Básicas

Você não precisa ser expert em programação ou eletrônica para criar seus projetos com Arduino, mas é de extrema importância que você saiba conceitos básicos de eletrônica como tensão elétrica, corrente elétrica, resistência elétrica e como criar divisores de tensão. Se você ainda não tinha ouvido falar sobre divisores de tensão, é uma técnica que se utiliza quando módulos e sensores trabalham com uma tensão diferente do Arduino. A realização desta técnica permite que você não queime sua placa ou componentes ligados a ela.

Se você ainda não tem noção sobre estas grandezas ou precisa relembrá-las, sugiro que leia nossa postagem Conceitos básicos de eletrônica.

3. Ligar componentes diretamente no Arduino

Este é um erro extremamente comum para quem está iniciando com os projetos usando o Arduino. Muitos iniciantes não sabem a corrente máxima fornecida pelos pinos da placa(40mA ou 0,04A é corrente máxima por pino) e alguns módulos e motores necessitam de uma corrente maior que os pinos do Arduino podem oferecer.

Quando um desses componentes, principalmente motores DC, é ligado diretamente na placa, haverá uma exigência de corrente por parte da carga, corrente esta que o Arduino não é capaz de fornecer e consequentemente a placa será danificada. Para contornar este problema, é necessário a utilização de drivers ou ponte h, por exemplo. Estes tipos de componentes adicionais são capazes de fazer a manipulação de valores de corrente para que o pino do Arduino trabalhe dentro de sua capacidade.

4. Manusear a protoboard incorretamente

Curto circuito na protoboard é um erro bem comum de acontecer quando se está iniciando, por isso é muito importante você entender o funcionamento de suas linhas para evitar danos aos componentes quando forem acoplados a ela.

As linhas nas laterais são para alimentação, ou seja, onde iremos alimentar o circuito. Essas linhas se comunicam de forma horizontal. As demais linhas são para conectar os componentes do projeto. Note que essas linhas se comunicam de forma vertical.

É importante lembrar que esta forma de alimentação é possível em protoboard de 400 pontos, 830 pontos ou mais.

5. Problemas com solda

Este tipo de problema acontece até mesmo com quem já tem experiência com Arduino ou eletrônica de forma geral. Basta uma gotinha de solda entre pinos para causa um curto circuito na placa e fritar o microcontrolador. Portanto, atente-se quando for soldar algum componente na placa.

6. Conectar componentes nos pinos errados

Isso acontece até com quem já desenvolve seus projetos a mais tempo. É preciso ficar atento em quais pinos o módulo ou sensor deverá ser ligado, pois a inversão de pinos pode fazer com que a alimentação flua na direção errada ocasionando o curto circuito. Por isso, procure sempre ler o datasheet do componente para saber exatamente quais as conexões deverão ser feitas.

7. Erros de sintaxe no código

Nem sempre o erro está na montagem do circuito. É comum algum erro de sintaxe passar despercebido no seu código. Por isso, antes de enviar o código ao Arduino, confira os erros mais comuns como ausência de ; no final da linha, erros de ortografia, ausência de chaves e pinos declarados erroneamente.

8. Lixo na Serial

Quando enviamos um código para o Arduino, já queremos logo ver o resultado na serial e quando aparecem os “lixos” ao invés da informação esperada, ficamos frustrados. Estes lixos podem aparecer devido a diferença na taxa de transmissão definida no monitor serial em relação a taxa definida no código carregado na placa ou por causa de algum ruído no pino em que o dispositivo estiver conectado. Portanto, ao iniciar o monitor serial, verifique se a taxa de transmissão está definida no mesmo valor que você inseriu no código. Além disso, verifique também as conexões feitas no circuito.

9. Ausência de bibliotecas

Quando você precisa executar uma tarefa específica no seu projeto, pode ser que seja necessário o uso de bibliotecas. A quantidade de bibliotecas disponíveis para um código Arduino possibilita o uso de componentes bem mais específicos, sem necessidade de conhecer a codificação complexa por trás do funcionamento do mesmo.

Se você não sabe como instalar bibliotecas no seu IDE, sugiro que leia a postagem Arduino – Importando bibliotecas para sua IDE.

10. Pinos flutuantes

Para quem está iniciando e nunca viu este termo, a flutuação dos pinos se dá quando há uma variação na leitura (entre 0 e 1) no pino, tornando-o instável. Isso pode gerar problema na execução de tarefas pelo Arduino. Para contornar este problema, utilizamos técnicas de Pull up e Pull down. Para quem ainda não é familiarizado com estes termos, no Pull up basicamente é utilizado um resistor de valor alto (10KΩ a 50 KΩ) garantindo sempre que o valor recebido na entrada digital esteja em nível alto no momento em que a chave estiver aberta, e quando a chave é fechada leva o nível a zero. A não utilização de resistor pull up possibilita o risco da entrada assumir nível lógico baixo sem que a chave esteja acionada. Já o princípio de funcionamento do Pull Down é o mesmo do Pull Up, alterando apenas a lógica. Mantém o estado lógico da entrada em zero no instante que a chave estiver aberta, garantido também que o estado lógico da entrada digital mude apenas quando a chave for fechada.

Bom, estes são alguns erros bem comuns de acontecer quando se está iniciando no mundo maker. Trabalhar com o Arduino torna-se fácil devido a imensa quantidade de informação sobre ele na internet. Se você teve alguma ideia de projeto, pode ter certeza que já deve ter algo pronto na internet, e isso facilita na hora de você colocar em prática. Alguns cuidados devem ser tomados com a placa para que aumente a vida útil da mesma, como utilizá-la em locais limpos e superfície lisa, usar case para proteção e etc.

Espero que este artigo possa te ajudar a não cometer estes erros básicos!

Até a próxima.



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Diretora de Marketing, Designer e Criadora de Conteúdo da MasterWalker Shop. Bacharel em Engenharia da Computação. Apaixonada por tecnologia, fã de super-heróis e bandas de rock.

Existem 2 comentários para esta postagem
  1. Diogo às 21:13

    MUITO BOM.
    Gostei muito das dica e das melhores praticas para o Arduíno.

    Só tive uma dúvida i pino Vin é tanto entrada como saída de tensão? Dependendo de onde venha a alimentação é claro.

    Alimentando pela P4 a saida é Vin e se a alimentação vier de um proto board Vin se torna entrada.

    • Greici Oliveira Autor às 13:35

      Olá Diogo…
      Obrigada pelo seu comentário.
      O pino Vin é um pino de alimentação externa do Arduino (neste caso ele funciona como entrada). Quando você alimenta a placa com uma fonte externa através do conector Jack, por exemplo, o pino Vin terá a mesma tensão da fonte externa. Caso este pino esteja disponível no seu Arduino, você pode utilizá-lo para alimentar outros dispositivos (neste caso, funciona como saída).